“A moda é parte da história. Ela reflete o espírito do tempo.”
— Valentino Garavani
A moda vai muito além de tendências passageiras. Ela é um reflexo vivo da sociedade e de suas transformações. Dos espartilhos sufocantes do século XIX, que limitavam movimentos e reforçavam padrões rígidos, às calças jeans e roupas leves dos anos 1960, que simbolizavam rebeldia e liberdade, o vestuário feminino sempre contou histórias de lutas e conquistas. Na mesma década, a música popular se tornou outro palco de expressão, e artistas como Gal Costa personificaram essa liberdade de existir e se vestir de maneira autêntica. Com roupas ousadas, cores vibrantes e estilo irreverente, Gal tornou-se um ícone de resistência cultural e empoderamento feminino, demonstrando que a moda pode ser uma poderosa forma de afirmar identidade e desafiar normas conservadoras.
ROLLING STONE.Jornal Rolling Stone – Número Zero. Novembro de 1971.
Julia Roberts no Golden Globes em 1990. Foto: Getty Images
Vale ressaltar que cada tendência revela um traço do seu tempo. A mulher que antes se via aprisionada por tecidos e convenções passou a usar o vestir como forma de voz, um modo silencioso, porém potente, de reivindicar espaço. Ao longo das décadas, o guarda-roupa feminino se converteu em palco de mudanças: do direito ao voto à entrada no mercado de trabalho, do feminismo das ruas às passarelas.
Na década de 1920, com o fim da Primeira Guerra, as vestimentas tornaram-se mais leves e dinâmicas, em sintonia com o jazz e a vida urbana. Já nos anos 1930, a crise econômica trouxe tecidos mais simples e acessíveis, mas sem abrir mão da valorização da silhueta feminina. A Segunda Guerra Mundial, na década de 1940, reforçou a praticidade, com roupas funcionais e tecidos sintéticos, como o jeans.
O pós-guerra dos anos 1950 buscou retomar a feminilidade, valorizando curvas com corsets e saias rodadas. A juventude ganhou protagonismo nos anos 1960, com a minissaia, o prêt-à-porter e a influência do rock e do movimento hippie. Essa tendência de pluralidade se intensificou nos anos 1970, quando o estilo hippie conviveu com a estética punk.
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VOGUE. Dezembro de 1974. Nova York: Condé Nast Publications, 1974.
Nos anos 1980, a moda refletiu a ascensão feminina no mercado de trabalho, com alfaiataria e ombreiras, mas também abriu espaço para combinações mais ousadas. Já na década de 1990, o ideal de corpo magro e a febre fitness marcaram a estética, mesclando elegância e conforto, especialmente com o uso de jeans e modelagens mais largas.
Assim, cada década expressou não apenas tendências estéticas, mas também mudanças profundas nos modos de vida e na inserção social das mulheres, consolidando a moda como espelho da história e da cultura.
Explore nossa linha do tempo e descubra como, de 1910 a 1990, cada década moldou a moda feminina, refletindo o contexto histórico e as transformações nos direitos das mulheres. Cada roupa conta uma história de conquistas, desafios e liberdade.